“Your powerful artistic originality at first repels,
all the more later to captivate …”
(Heinrich Benesh sobre Egon Schiele)
Com seus vinte e oito anos de vida Egon Schiele deixou-nos referenciais tão marcantes para a história da arte que tornou-se símbolo de autenticidade e irreverencia. Ainda que o artista não tenha identificado-se com o movimento, o pintor austríaco está hoje dentre os artistas mais importantes do expressionismo.
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Mulher Com Meia Verde, Egon Schiele |
Schiele parte de uma temática ousada e atrevida, característica que notamos no geral de suas obras, imagens que nos chocam a priori, mas que nos levam a romper padrões estéticos e tabus plásticos no momento em que expões o pensamento ideológico do artista. Não nos pouca o olhar as obscenidades e aquilo que era considerado um verdadeiro atentado ao pudor, se utilizando de temáticas como a masturbação e o lesbianismo agregadas ao nú sempre muito presente em sua obra, Schiele abre mão de metáforas e subterfúgios, usando de uma linguagem extremamente erótica e sensual para se comunicar diretamente com o observador, adquirindo uma visceralidade que faz jus ao movimento expressionista.
A nudez e inquietude dos corpos de Schiele trazem à tona o incomodo e a ansiedade com que o artista se relacionava com sua época, após conhece-lo em 1910 Heinrich Benesh faz precisas observações “Schiele mostra-nos a realidade, sem a atenuar com decorativismos e sem a mascarar com cores garridas, denunciando a corrupção de uma sociedade hipócrita e decadente, que inconscientemente caminhava para a guerra. Schiele transpunha para o papel a sua visão de um mundo que já se encontrava em avançado estado de decomposição.” ¹(internet)
A originalidade e autenticidade presente na obra de Schiele é duplamente enfatizada uma vez que além da ousadia de se expor com cruamente e de maneira explicita, sendo o primeiro artista a introduzir de forma direta e provocativa conteúdos sexuais e tabus em suas obras, causando escândalos entre os mais conservadores. Egon propõe seus personagens em uma disposição espacial vaga e inexistente, acentuando certa ausência de referencial, geralmente descentralizados e suspensos no ar. Coloridos de forma extravagante e exagerada, fugindo a quaisquer normas e convenções acadêmicas.
Apesar da extrema subjetividade com qual o movimento expressionista se identifica a maneira instintiva e essencialmente humana com a qual o artista reage o aproxima deste movimento. Suas criaturas quase sempre deformadas ou exageradas abrem mão do referencial real para agregar valores simbólicos e sentimentais, tal como o expressionismo, onde referenciais intelectuais perdem força. Outro fator importante da inclusão de Schiele aos valores expressionistas e a tensão psicológica largamente acentuada, de forma agressiva e inebriante, usado como indícios o posicionamento espacial e fisiológico dos personagens, de forma a nos causar incômodos em certas obras, e ainda as cores vibrantes, característica determinante do movimento.
A pessoalidade é outro referencial base do movimento expressionista, tratam-se de obras, assim como as de Schiele, que partem da intenção prima de 'expressão' do artista. Onde ele focaliza seus conflitos e perturbações dando origem a uma obra sincera e intensamente apaixonada. Conceitos acadêmicos foram ignorados nestes momento, embora alguns referencial do impressionismo tenham se mantido, por isto são largamente relacionados aos pós-impressionista, ainda que tenham ido mais a fundo, marcando suas obras de intenso intimismo e necessidade de expressão. Não valorizando a necessidade de padrões, chegando a ser caricaturescos e usando de cores fortes e pinceladas imprecisas, chegando a assumir referenciais irreais. Gombrich diz sobre esse período: “o que interessava em arte não era a imitação da natureza, mas a expressão do sentimento através da escolha de cores e linhas”
O expressionismo se encontra entre os 'ismos' vanguardistas, vívido entre os anos 1905 e 1930. Difundida em toda a Europa, embora tenha sido concentrado na Alemanha. Foi sem dúvida um momento de estrema ruptura, aonde os indivíduos por meio das artes exponham suas inquietações e ansiedades, que embora tivessem referenciais extremamente pessoas, representavam todo uma época.
(Atividade elaborada para fins de avaliação parcial da disciplina Arte Publicidade do departamento de Comunicação Social do curso de Publicidade e Propaganda da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, sob orientaçãod o Profº Leandro Bessa)
Bibliografia
KALLIR, Jane – Egon Schiele, The complete Works. Harry N. Abrams: New York, 1994.
KALLIR, Jane – Egon Schiele, The complete Works. Harry N. Abrams: New York, 1994.
Gombrich, E. H.. Historia da Arte. Rio de Janeiro: ZAHAR EDITORES, 1983